Em um movimento surpreendente, o governo de Ruanda anunciou hoje (17 de março) que está cortando relações diplomáticas com a Bélgica, acusando o país europeu de “sustentar ilusões neocoloniais” e de interferir no conflito armado na República Democrática do Congo (RDC). A decisão foi tomada após uma série de tensões crescentes entre os dois países, especialmente devido ao envolvimento de Ruanda no conflito no leste da RDC, onde o grupo rebelde M23, apoiado por Ruanda, tem sido uma força dominante.
Ruanda alega que a Bélgica tem agido contra seus interesses, apoiando o governo do Congo-Kinshasa e promovendo uma visão negativa de Ruanda em fóruns internacionais. O presidente de Ruanda, Paul Kagame, também criticou a Bélgica por seu papel histórico na colonização de Ruanda, afirmando que isso continua a afetar negativamente o país.
Bélgica declarou que os diplomatas ruandenses não são mais bem-vindos no país e anunciou que irá deportá-los. O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prevot, expressou arrependimento pela decisão de Ruanda, considerando-a desproporcional e um sinal de que Ruanda prefere evitar o diálogo quando surgem desacordos.
Sanções da União Europeia
Além disso, a União Europeia anunciou sanções contra comandantes militares seniores de Ruanda e líderes do grupo M23, devido ao seu envolvimento no conflito na RDC. Essas sanções fazem parte de uma série de medidas internacionais contra Ruanda, que também incluem sanções do Reino Unido, Canadá e Alemanha.
Consequências e perspectivas
A ruptura das relações diplomáticas entre Ruanda e a Bélgica pode ter implicações significativas para a região, especialmente em meio aos esforços de paz em curso. Enquanto isso, a crise humanitária na RDC continua a se agravar, com milhares de vidas perdidas e deslocamentos massivos de populações.