O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um importante passo na investigação sobre uma suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Moraes solicitou ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que marque o julgamento do chamado Núcleo 1, que inclui figuras como Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Decisão de Moraes ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) manter a denúncia contra os acusados por suspeita de envolvimento em uma trama para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PGR argumenta que Bolsonaro liderou uma organização criminosa enraizada na estrutura do Estado, com forte influência de setores militares.
Entre os denunciados estão também o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal, Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa. Todos são suspeitos de crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência, grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
A denúncia está baseada em um inquérito da Polícia Federal que apontou uma trama golpista para desestabilizar o governo eleito. Agora, cabe ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, marcar a data do julgamento. Se a denúncia for aceita, os acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no STF. A decisão sobre o mérito do caso ocorrerá em uma etapa posterior, após a análise detalhada dos argumentos apresentados pela defesa e pela acusação.