Caso marca a primeira solicitação de pena capital na nova gestão Trump, reacendendo debates sobre a pena de morte nos Estados Unidos.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, sob a liderança da procuradora-geral Pam Bondi, anunciou nesta terça-feira, 1º de abril, que buscará a pena de morte para Luigi Mangione, acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, em dezembro de 2024. O crime ocorreu em plena luz do dia, nas ruas de Nova York, enquanto Thompson se dirigia a uma reunião com investidores.
O crime e a captura do suspeito
Luigi Mangione, um jovem americano de 26 anos e graduado por uma universidade da Ivy League, foi preso cinco dias após o crime em Altoona, Pensilvânia. Ele foi encontrado em posse de uma arma “fantasma” e anotações que indicavam motivações políticas contra o setor de seguros de saúde. A polícia também encontrou munições marcadas com palavras como “negar” e “depôr”, associadas a críticas ao sistema de saúde privado dos EUA.
Thompson, que era pai de dois filhos pequenos, foi baleado na cabeça em frente ao hotel Hilton em Manhattan. O assassinato gerou comoção nacional e levantou debates sobre o papel das grandes corporações no sistema de saúde americano.
Pena de morte e contexto político
Pam Bondi justificou sua decisão como parte do esforço do governo Trump para combater crimes violentos e restaurar a segurança pública. “O assassinato premeditado e cruel de Brian Thompson chocou os Estados Unidos”, declarou Bondi. “Após análise cuidadosa, determinei que os promotores federais devem buscar a pena capital neste caso”.
A decisão ocorre no contexto da retomada das execuções federais pela administração Trump, após uma pausa durante o governo Biden. Em janeiro deste ano, Trump assinou uma ordem executiva ampliando o uso da pena de morte em casos federais graves. Este é o primeiro caso sob essa nova diretriz.
Repercussão pública e jurídica
A defesa de Mangione argumenta que a acusação é politicamente motivada e que o caso reflete falhas sistêmicas no setor de saúde americano. Movimentos nas redes sociais como “#FreeLuigi” ganharam força desde sua prisão, com manifestantes criticando o sistema lucrativo das seguradoras.
Além disso, especialistas jurídicos apontam que é incomum buscar a pena capital antes mesmo da formalização completa das acusações federais. Mangione enfrenta acusações tanto no tribunal estadual quanto no federal; no primeiro caso, ele pode ser condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional.
Impacto no setor corporativo
O assassinato também gerou mudanças imediatas no setor empresarial. Grandes seguradoras transferiram reuniões presenciais para formatos virtuais por questões de segurança. O caso expôs ainda mais as tensões entre consumidores insatisfeitos e empresas acusadas de priorizar lucros sobre cuidados médicos essenciais.
Próximos passos
Mangione ainda não apresentou defesa formal às acusações federais. O julgamento estadual deve ocorrer primeiro, mas a decisão do Departamento de Justiça pode influenciar o andamento dos processos simultâneos. Enquanto isso, o debate sobre justiça criminal e pena capital volta ao centro das atenções nos Estados Unidos.