O Vaticano confirmou nesta segunda-feira que o conclave para eleger o novo Papa terá início em 7 de maio, na Capela Sistina, marcando o início de um dos rituais mais emblemáticos e fechados da Igreja Católica. A decisão foi tomada após a quinta Congregação Geral, reunião preparatória que reuniu cerca de 180 cardeais, dos quais 135 têm direito a voto por terem menos de 80 anos.
Anúncio ocorre uma semana após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, e encerra o período de luto conhecido como Novendiali, nove dias de orações e homenagens ao pontífice falecido. A missa solene de abertura do conclave, chamada “Pro Eligendo Romano Pontifice”, será celebrada na manhã do dia 7 de maio na Basílica de São Pedro. À tarde, os cardeais eleitores se recolherão na Capela Sistina, onde permanecerão isolados até que a fumaça branca anuncie ao mundo a escolha do novo líder dos 1,4 bilhão de católicos.
Durante as congregações, os cardeais discutem não apenas a logística do conclave, mas também os grandes desafios que aguardam o futuro Papa. Entre os temas mais debatidos estão a evangelização, o diálogo com outras religiões e, sobretudo, a crise dos abusos sexuais, considerada prioridade absoluta para a credibilidade e o futuro da Igreja. O perfil buscado é de um líder capaz de guiar a instituição em meio a um mundo cada vez mais secularizado, marcado por conflitos e profundas divisões internas.
O processo eleitoral exige dois terços dos votos – ou seja, 90 dos 135 cardeais eleitores – para que um novo Papa seja escolhido. A votação é secreta e pode durar de dois a quatro dias, como ocorreu nos conclaves anteriores, mas não há prazo definido para o término.
Diversidade e favoritos
Colégio eleitoral deste conclave é o mais diverso da história, representando pelo menos 70 países e refletindo a globalização promovida por Francisco em seus dez anos de pontificado. Entre os favoritos apontados pela imprensa internacional estão o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, visto como símbolo de continuidade das reformas de Francisco. O francês Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, também é citado como possível surpresa, assim como nomes africanos e latino-americanos, o que demonstra o caráter imprevisível da eleição.
Brasil, maior país católico do mundo, terá sete cardeais com direito a voto, incluindo nomes como Odilo Pedro Scherer, de São Paulo, e Sérgio da Rocha, de Salvador. A lista completa dos cardeais eleitores inclui perfis progressistas, conservadores e moderados, o que torna o resultado ainda mais incerto.