O Brasil ultrapassou a marca de 500 mil casos prováveis de dengue entre janeiro e março de 2025, totalizando 502.317 notificações. Apesar do número elevado, o país registrou uma redução expressiva de quase 70% nos casos em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 1,6 milhão de infecções. Essa queda reflete os esforços conjuntos do Ministério da Saúde e das administrações estaduais e municipais para conter a doença.
Os dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses mostram que as mulheres representam 55% dos casos prováveis registrados este ano, enquanto os homens somam 45%. As faixas etárias mais afetadas incluem pessoas entre 20 e 49 anos. Geograficamente, São Paulo lidera em números absolutos, com 291.423 casos prováveis, seguido por Minas Gerais (57.348), Paraná (31.786) e Goiás (27.081). O Acre apresenta o maior coeficiente de incidência, com 760,9 casos por 100 mil habitantes.
Até o momento, foram confirmadas 235 mortes pela doença em 2025, enquanto outros 491 óbitos permanecem sob investigação. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 1.356 mortes confirmadas, houve uma queda expressiva de mais de 80% no número de óbitos.
A diminuição nos casos é atribuída à intensificação das medidas preventivas e educativas, como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes e instalação de telas em janelas. Além disso, o Ministério da Saúde destacou a importância das visitas técnicas para reforçar a vigilância epidemiológica nos estados e municípios.
Embora a tendência nacional seja positiva, São Paulo segue na contramão com um aumento nos casos em relação ao ano anterior. A circulação do sorotipo 3 da dengue no estado preocupa especialistas, já que ele não era detectado no Brasil há 15 anos e está associado a formas mais graves da doença. A Organização Pan-Americana da Saúde também alertou para surtos na América Latina devido à disseminação desse sorotipo.
Apesar da redução em relação a 2024, os números deste ano ainda são superiores aos registrados em 2023, quando foram contabilizados cerca de 261 mil casos nos primeiros meses. Isso demonstra que a dengue continua sendo uma ameaça significativa à saúde pública no Brasil.
A queda expressiva nos casos é um avanço importante no combate à dengue no país. No entanto, as autoridades reforçam que é essencial manter as ações preventivas para evitar novos surtos e controlar a disseminação do vírus. A população deve continuar vigilante quanto à eliminação de focos do mosquito transmissor e buscar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas graves.