
O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, chega à cerimônia do Oscar neste domingo (2) como um vencedor, independentemente do resultado final. A obra, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, já conquistou 38 prêmios e teve um impacto significativo na memória coletiva do Brasil.
Repercussão e alcance
Com mais de cinco milhões de espectadores nos cinemas, o longa-metragem trouxe à tona discussões importantes sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985) e seus efeitos duradouros. Indicado em três categorias no Oscar – melhor filme, melhor atriz para Fernanda Torres e melhor filme internacional – a produção já é considerada um sucesso por estudiosos e críticos.
Impacto social e cultural
O professor Arthur Autran, da UFSCar, destaca a “repercussão social” do filme, que se tornou um verdadeiro evento cultural. A professora Dirce Waltrick do Amarante, da UFSC, ressalta a importância da visibilidade internacional para a arte brasileira, afirmando que “nós temos conseguido erguer a nossa voz”.
Diálogo com o presente
O filme não apenas revisita o passado, mas também estabelece um diálogo crucial com o presente. O professor Marco Pestana, da UFF, observa que a obra cumpre um papel importante na conjuntura atual, especialmente diante da ascensão de correntes autoritárias em diversos países.
Impacto jurídico
A advogada Ariadne Maranhão destaca como o filme trouxe visibilidade ao tema da morte presumida e seus efeitos no direito de família. Além disso, o lançamento do filme parece ter influenciado a decisão do STF de retomar o julgamento sobre a aplicabilidade da Lei da Anistia em casos de crimes cometidos durante a ditadura.