Na sequência do apagão elétrico que atingiu toda a Península Ibérica nesta segunda-feira, autoridades espanholas e portuguesas descartaram a hipótese de um ciberataque como causa do incidente. Apesar disso, a Justiça espanhola decidiu abrir uma investigação para apurar se houve sabotagem informática, mantendo todas as possibilidades em aberto até a conclusão das análises técnicas.
O gestor do sistema elétrico espanhol, REE, afirmou em coletiva que, após as análises realizadas até o momento, não há indícios de incidente de cibersegurança nas instalações do sistema elétrico. O diretor de operações da REE, Eduardo Prieto, detalhou que a empresa trabalhou em conjunto com o Centro Nacional de Inteligência (CNI), o Centro Nacional de Proteção de Infraestruturas Críticas (CNPIC) e o Instituto Nacional de Cibersegurança (Incibe), sem encontrar qualquer intrusão nos sistemas de controle que pudesse ter causado a pane.
Mesmo assim, o juiz José Luis Calama, da Audiência Nacional – tribunal responsável por casos graves como terrorismo -, abriu uma investigação preliminar para determinar se a pane poderia ter sido resultado de um ato de ciber-sabotagem contra infraestruturas críticas, o que, se confirmado, poderia ser enquadrado como crime de terrorismo. O governo espanhol reforçou que nenhuma hipótese será descartada até que os resultados técnicos estejam finalizados, e pediu à população que busque informações apenas por canais oficiais, alertando para a circulação de fake news sobre o caso.
Governo português também descartou, até o momento, qualquer ligação do apagão com ciberataques ou ações hostis, apontando para um problema técnico no sistema de transmissão de energia da Espanha como possível causa inicial.