Em meio a uma escalada de tensões na América do Sul, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em visita oficial à Guiana nesta quinta-feira, enviou um recado contundente ao governo venezuelano. Durante uma coletiva de imprensa em Georgetown, Rubio declarou que qualquer ataque do país vizinho contra a Guiana ou contra a gigante petrolífera americana ExxonMobil “terminaria mal” para o regime de Nicolás Maduro. A declaração ocorre em um momento crítico, com disputas territoriais envolvendo a região rica em petróleo de Essequibo.
“Uma má decisão para a Venezuela”
Rubio destacou a força militar americana e deixou claro que os Estados Unidos estão prontos para agir caso Caracas tome medidas hostis. “Se eles atacarem a Guiana ou a ExxonMobil, será um dia muito ruim – uma semana muito ruim – para eles”, afirmou. A presença do secretário de Estado na Guiana reforça o apoio americano ao pequeno país sul-americano, que tem se tornado um importante ator no mercado global de petróleo.
A disputa pelo Essequibo
A Guiana, que recentemente descobriu vastas reservas de petróleo, está prestes a se tornar o maior produtor mundial de petróleo per capita, ultrapassando países como Catar e Kuwait. No entanto, essa ascensão econômica atraiu a atenção da Venezuela, que reivindica o território de Essequibo – uma área de 160 mil km² que cobre dois terços do território guianense. Caracas considera Essaquibo parte de seu território e tem intensificado suas ações para legitimar essa posição.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro, alinhado ao socialismo e frequentemente criticado por Rubio, organizou em 2023 um referendo sobre o controle do Essequibo e aprovou leis para declarar a região como o 24º estado venezuelano. Além disso, há planos para eleger um governador para o território nas eleições regionais previstas para maio deste ano.
Proteção americana à Guiana
Durante sua visita, Marco Rubio assinou um memorando de entendimento com o governo guianense para fortalecer a cooperação em segurança entre os dois países. A administração americana também estuda estabelecer uma relação estratégica com a Guiana semelhante às parcerias com países ricos em petróleo no Golfo Pérsico, onde tropas americanas estão estacionadas. O presidente guianense Irfaan Ali celebrou o apoio dos Estados Unidos e destacou a importância dessa aliança para garantir a soberania e integridade territorial da Guiana.
Cenário geopolítico delicado
A crescente tensão entre Venezuela e Guiana ocorre em um contexto mais amplo de disputas diplomáticas e econômicas na América Latina. Enquanto Washington reforça sua presença na região por meio de alianças estratégicas, Caracas busca consolidar seu controle sobre áreas disputadas e desafiar a influência americana. Líderes sul-americanos têm apelado por uma solução pacífica para evitar uma escalada militar no continente.
