O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está disposto a colaborar com o Partido Democrata para recuperar terreno perdido para os republicanos durante sua gestão. Segundo informações divulgadas pela NBC News, Biden teria se oferecido para arrecadar fundos, participar de campanhas e realizar qualquer ação necessária para fortalecer o partido, que enfrenta uma queda significativa de popularidade.
Fontes próximas ao ex-presidente afirmaram que ele já iniciou conversas privadas com líderes democratas, incluindo uma reunião no mês passado com Ken Martin, o novo presidente do Comitê Nacional Democrata (DNC). Durante esses encontros, Biden expressou sua disposição em apoiar o partido, mesmo diante de críticas e ceticismo interno.
Popularidade em queda e resistência interna
Pesquisas recentes realizadas pela NBC apontam que a favorabilidade dos democratas entre eleitores registrados caiu para 27%, o menor índice desde o início das medições em 1990. Essa situação tem gerado preocupações dentro do partido, especialmente após a derrota eleitoral de 2024.
Apesar da oferta de apoio, a proposta de Biden recebeu reações mornas. Alguns ativistas e doadores destacaram sua idade avançada, 82 anos, e sua associação com a derrota na última eleição como fatores negativos. Muitos democratas ainda demonstram frustração com a decisão de Biden de buscar a reeleição em 2024 e sua demora em sair da corrida presidencial, o que teria limitado as chances da então vice-presidente Kamala Harris de se preparar adequadamente para enfrentar Donald Trump, que acabou vencendo.
Um importante apoiador de Biden, que preferiu não se identificar, questionou: “Quem vai querer Joe Biden de volta no jogo?”. No entanto, nem todos dentro do partido descartam o potencial papel do ex-presidente. Jane Kleeb, vice-presidente do DNC, afirmou que Biden ainda é uma figura querida entre os eleitores e seria bem-vindo como palestrante em eventos partidários.
Retorno à vida privada e críticas de Trump
Tanto Joe quanto Jill Biden indicaram estar prontos para participar de campanhas e arrecadações de fundos enquanto retomam a vida privada em Delaware. Fontes também revelaram que o ex-presidente tem viajado frequentemente a Washington para reuniões com antigos assessores.
Enquanto isso, o atual presidente Donald Trump não poupou críticas ao seu antecessor. Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump mencionou Biden mais de 400 vezes em discursos e declarações públicas, abordando temas como imigração, inflação e até questionando a autenticidade de documentos assinados por autopen (uma espécie de assinatura eletrônica).
Apesar das críticas constantes, Biden não respondeu publicamente. Assessores próximos afirmaram à NBC que ele não se arrepende das decisões tomadas e acredita que o partido foi responsável por erros estratégicos na condução da campanha eleitoral de 2024.