A administração Trump deu início a uma medida drástica no sábado, colocando em licença o pessoal das emissoras Voice of America (VOA), Radio Free Asia e outros meios de comunicação financiados por fundos americanos. Essa ação abrupta suspendeu as atividades de órgãos considerados contrapesos democráticos em países como China e Rússia.
Centenas de jornalistas e outros funcionários da VOA, a “voz da América”, Radio Free Europe e outras entidades receberam um e-mail neste fim de semana, informando que seriam proibidos de acessar seus escritórios. Além disso, foram instruídos a devolver suas credenciais de imprensa, telefones profissionais e outros equipamentos.
Decisão foi severamente criticada por organizações de defesa da liberdade de imprensa e ocorreu logo após um decreto do presidente Donald Trump, que classificou a agência governamental que supervisiona esses meios de comunicação (USAGM) como “elementos inúteis da burocracia federal”.
Em uma rede social, um dos assessores de imprensa da Casa Branca publicou “adeus” em 20 idiomas diferentes, uma maneira irônica de acompanhar o anúncio, considerando que a Voice of America atua em vários países, com uma audiência semanal de 350 milhões de pessoas, de acordo com dados da USAGM.
O diretor da Radio Free Europe/Radio Liberty, que começou a transmitir no bloco soviético durante a Guerra Fria, qualificou a suspensão dos financiamentos como um “presente maciço aos inimigos da América”.
“Os aiatolás iranianos, os líderes comunistas chineses e os autocratas de Moscou e Minsk não poderiam se alegrar mais com a desaparição da RFE/RL após 75 anos de existência”, declarou o diretor, Stephen Capus, em um comunicado.
Radio Free Asia, criada em 1996, tem como missão fornecer reportagens não censuradas em países onde os meios de comunicação não são livres, como China, Birmânia, Coreia do Norte e Vietnã.
