A guerra comercial desencadeada pelo presidente Donald Trump atingiu proporções alarmantes, provocando uma reação furiosa de China, Canadá e México. As medidas protecionistas dos Estados Unidos acenderam um rastilho de pólvora nas relações internacionais, levando a uma série de retaliações que ameaçam abalar a economia global.
Na linha de frente da contra-ofensiva, a China reagiu com vigor às tarifas de 20% impostas por Trump sobre produtos chineses, anunciando uma série de contramedidas robustas. O governo chinês implementará tarifas adicionais de 15% sobre importações americanas cruciais, incluindo frango, trigo, milho e algodão. Além disso, uma taxa de 10% será aplicada a uma gama mais ampla de produtos, abrangendo sorgo, soja, carnes suína e bovina, frutos do mar, frutas, legumes e laticínios. Numa jogada estratégica, Pequim também adicionou 15 empresas americanas à sua lista de controle de exportações, limitando significativamente suas operações em solo chinês. Essas novas tarifas entrarão em vigor após 10 de março de 2025, dando tempo para possíveis negociações, mas sinalizando claramente a determinação da China em proteger seus interesses econômicos.
O Canadá, por sua vez, não ficou para trás na resposta às tarifas de 25% impostas por Trump. Ottawa rapidamente anunciou a imposição de tarifas equivalentes sobre US$ 155 bilhões em importações americanas, numa demonstração de força e unidade nacional. A primeira fase deste plano de retaliação já está em andamento, com tarifas sobre US$ 30 bilhões em produtos emblemáticos dos EUA, como suco de laranja, manteiga de amendoim, vinho, cerveja, eletrodomésticos e cosméticos. O governo canadense também deixou claro que está preparado para expandir essas medidas, podendo atingir até US$ 125 bilhões adicionais em produtos americanos caso as tarifas de Trump permaneçam em vigor. Esta postura firme do Canadá reflete sua determinação em defender seus setores econômicos e pressionar por uma resolução do conflito comercial.
Enquanto isso, o México, liderado pela presidente Claudia Sheinbaum, mostrou-se mais cautelosa, mas não menos estratégica. Sheinbaum anunciou “represálias tarifárias e não-tarifárias” sem revelar detalhes imediatos, mantendo um elemento de surpresa em sua estratégia. A presidente afirmou que o México tem múltiplos planos de contingência, referidos como “planos A, B, C e D”, para lidar com as tarifas americanas, demonstrando preparação para diversos cenários. Priorizando a diplomacia, o governo mexicano conseguiu negociar uma “pausa” de um mês na aplicação das tarifas americanas, em troca do envio de 10.000 soldados para a fronteira. Esta manobra diplomática compra tempo para o México, permitindo-lhe ajustar sua estratégia e buscar uma resolução negociada, enquanto mantém a opção de retaliação em aberto.