Em um ato chocante que viola os direitos humanos e as leis internacionais, combatentes do grupo rebelde M23 invadiram dois hospitais na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDC), e sequestraram pelo menos 130 pacientes doentes e feridos.
O ataque ocorreu na noite de 28 de fevereiro, quando os rebeldes invadiram o Hospital CBCA Ndosho e o Hospital Heal Africa. Eles levaram 116 pacientes do CBCA e 15 do Heal Africa, alegando que eram soldados do exército congolês ou membros da milícia pró-governo Wazalendo.
A ONU expressou grave preocupação com a segurança e o bem-estar dos sequestrados, que estão sendo mantidos incomunicáveis em locais não revelados. Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, declarou: “É profundamente angustiante que o M23 esteja arrancando pacientes de leitos hospitalares em ataques coordenados”.
O M23, que retomou as armas em 2021, é apoiado por cerca de 4.000 soldados ruandeses na RDC, segundo especialistas da ONU. O grupo capturou Goma, capital da província de Kivu do Norte, no final de janeiro, e avançou para tomar Bukavu, capital de Kivu do Sul, em meados de fevereiro.
A comunidade internacional condena veementemente essas ações e exige a libertação imediata dos pacientes sequestrados para que possam receber os cuidados médicos necessários. A ONU lembra que, de acordo com o direito humanitário internacional, hospitais devem ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias.
Este incidente marca uma escalada alarmante no conflito que assola o leste da RDC há décadas, com graves consequências humanitárias para a população civil.